“Então é assim que funciona...”, pensou o garoto sentado na
escrivaninha do quarto. Pensou por mais alguns instantes, antes de pegar a
caneta e começar a escrever. De sua cabeça saiam palavras, parônimas,
homônimas, homófonas e homologas, e, se tudo isso não bastasse, ele ainda seria
capaz de soprar qualquer outra combinação de letras e formar um novo vocábulo.
A cada dia que passava o garoto descobria novas palavras e aprimorava o seu conhecimento, através das lentes via antônimos e sinônimos por todo o lado. Se questionado sobre outros idiomas soltava palavras em inglês, japonês, italiano, latim e mandarim. E conforme o turbilhão de palavras girava em sua mente (E também fazia sua mente girar), sua mão comandava um exército de lápis, borrachas e canetas.
Passou-se meses e ele agora tinha completo controle das rimas, ficou maravilhado com a sonoridade que elas causavam conforme eram entonadas pelos poetas. Ouvi-las, declamadas ou cantadas, para o jovem, era como degustar aquela sua sobremesa favorita antes de ter que jantar.
O menino já havia se tornado homem quando resolveu compor. Sentava todas as noites de frente para o seu teclado e, com o violão na mão, criava poesias tão belas quando Vinicius de Moraes. Em suas músicas contava histórias tão boas quanto as epopeias de Homero e lançava criticas tão pertinentes que, aqueles poucos que ouviam, tinham certeza que Renato Russo havia sussurrado aquelas palavras ao ouvido do homem.
Infelizmente, nada disso fora suficiente para o sucesso como músico. As infinitas palavras aprendidas, as rimas elaboradas e as notas trabalhadas de nada valiam para competir com as atuais canções monossilábicas tocada nas rádios. Porém, foi num dia improdutivo, em que suas composições tinham por si só não mais que três notas e rimas curtas e fora de harmonia, que o senhor sentiu que tinha alcançado a fama.
“Nasce agora, o mais novo hit de verão.”, foi o que o homem, agora velho, pensou quando deixou seu CD na recepção da gravadora.
A cada dia que passava o garoto descobria novas palavras e aprimorava o seu conhecimento, através das lentes via antônimos e sinônimos por todo o lado. Se questionado sobre outros idiomas soltava palavras em inglês, japonês, italiano, latim e mandarim. E conforme o turbilhão de palavras girava em sua mente (E também fazia sua mente girar), sua mão comandava um exército de lápis, borrachas e canetas.
Passou-se meses e ele agora tinha completo controle das rimas, ficou maravilhado com a sonoridade que elas causavam conforme eram entonadas pelos poetas. Ouvi-las, declamadas ou cantadas, para o jovem, era como degustar aquela sua sobremesa favorita antes de ter que jantar.
O menino já havia se tornado homem quando resolveu compor. Sentava todas as noites de frente para o seu teclado e, com o violão na mão, criava poesias tão belas quando Vinicius de Moraes. Em suas músicas contava histórias tão boas quanto as epopeias de Homero e lançava criticas tão pertinentes que, aqueles poucos que ouviam, tinham certeza que Renato Russo havia sussurrado aquelas palavras ao ouvido do homem.
Infelizmente, nada disso fora suficiente para o sucesso como músico. As infinitas palavras aprendidas, as rimas elaboradas e as notas trabalhadas de nada valiam para competir com as atuais canções monossilábicas tocada nas rádios. Porém, foi num dia improdutivo, em que suas composições tinham por si só não mais que três notas e rimas curtas e fora de harmonia, que o senhor sentiu que tinha alcançado a fama.
“Nasce agora, o mais novo hit de verão.”, foi o que o homem, agora velho, pensou quando deixou seu CD na recepção da gravadora.
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