Inevitavelmente momentos de tristeza me assolaram. Momentos em que tudo o que você quer fazer é desistir. Perdas, decepções, magoas. Todos esses problemas conseguiram encontrar uma forma de aparecer em minha vida.
Ah! O vento do litoral faz meus pensamentos mudarem, da
varanda de minha casa consigo ver o mar, indo e vindo. Pequenos grãos de areia
chegam aos meus pés. Falta pouco.
Já falei demais dos momentos ruins, e, realmente, não tenho
muito tempo. Eu superei não foi? Claro, não foi um mérito meu. Aqueles que fazem os momentos bons,
estiveram ao meu lado nas horas ruins. Esses eu chamo de amigos.
Foram muitas as noites em que nos reunimos apenas para
conversar, dias em que o que mais importava era sorrir. Crescemos, as diversões
mudaram, os amigos não. Festas, viagens, tudo o que fizéssemos juntos nos fazia
bem.
São muitas as histórias para se contar.
Um vento forte sopra e o meu chapéu é levado, é um dia de
sol, um dia perfeito para se encontrar com os amigos. Não sei se será possível.
Sinto uma mão em meu ombro, mas me recuso a olhar para trás. Ainda preciso de
uma resposta.
Volto a pensar para onde irei, é hora de encarar a morte.
Meus olhos se fecham. Mesmo com eles fechado consigo ver mil imagens ao mesmo
tempo. Todas passam depressa, são tantas pessoas, tantas expressões...
Lentamente o fluxo vai diminuindo, e vou vendo um por um os últimos encontros
com meus amigos. Todos terminando da mesma forma, um abraço em grupo, uma ida a
uma casa na praia e um espaço a menos no coração.
Olho para trás esperando ver alguém encapuzado e segurando
uma foice, mas me surpreendo ao ver todos os meus amigos, sorrindo. Os vejo
jovens, a aparência de nossa adolescência substituiu as rugas. Já tenho a
resposta. Olho para o mar, ele vem até a areia traz consigo algumas algas, e
retorna para o infinito.
Para onde irei não importa mais, me levanto e me junto a eles, completando
novamente nosso grupo. Nossas vidas agora são uma lembrança no mundo dos vivos.
E agora, seremos uma vida no mundo dos mortos.
Meu jovem escritor, seus textos são muito bons, confesso que um pouco macabros para o meu gosto, mas, enfim, a obsessão pelo tema da morte sempre acompanhou os melhores escritores e pensadores do mundo. Então, você está entre os grandes temas! Parabéns, seu blog foi além da tarefa, boas escolhas de textos para análise, bem atualizado e informado, além da sua sensibilidade única para a prosa. Tem tudo para ser um grande escritor! Minha dica, como já lhe disse, é buscar concursos e participar deles. É uma possibilidade de publicação e divulgação bem interessante, alguns com prêmios tentadores, ainda que não seja a única forma. Leia mais os clássicos, como um Dostoievsky, um Poe, um Machado de Assis ou uma Clarice Lispector, entre tantos outros, e descubra com qual deles você tem um anel imantado. Descobrir esses anéis é muito importante para quem quer ser um grande escritor. Afinal, como dizia Baudelaire, escrever é 1% de inspiração e 99% de transpiração. Entenda-se por transpiração a busca pelo estilo próprio, mais que pelos temas. O seu estilo poe ser melhorado! Beijokas mil.
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